Mais de
40 anos depois, Afonsinho se intriga com a origem das informações - muitas sem
fundamento, segundo ele.
Outro dossiê sobre
Afonsinho, de 29 de dezembro de 1971, foi produzido pelo Centro de Informações
da Marinha. Diz que Afonsinho, então no Vasco, vinha "se constituindo num
dos possíveis líderes do movimento subversivo junto a seus colegas de
profissão". "Recentemente, criou um problema social, no Vasco da
Gama, por ocasião da renovação do contrato do jogador Alcyr, tendo tirado
partido da situação, inclusive explorando o problema racial", diz o texto.
O documento ainda o acusa de, em férias na França, ter feito curso de
capacitação política "junto a elementos ligados à AP (Ação Popular, grupo
de esquerda)".
Delator. Mais de 40 anos depois, Afonsinho se intriga com a
origem das informações - muitas sem fundamento, segundo ele. O ex-atleta se
lembra do incidente na viagem do Olaria. O motivo foi o pagamento de um bicho
(gratificação por vitória). Suspeita que dirigente "meio esquisito",
que não citou, tenha sido o delator. "Uma delegação é um grupo
restrito", diz, recordando o desligamento da excursão. Afirma ainda que as
viagens citadas pelo SNI foram a trabalho, inclusive as visitas à Coreia do Sul
(e não do Norte) e a Hong Kong.
"Não fiz curso nenhum, não, nem tive encontros de cunho
político nas viagens", relata. Mas confirma amizades com militantes.
"Tenho amigos que participaram de todas as formas." Afonsinho conta
que fez amizade com atletas da Tchecoslováquia e Iugoslávia, então países comunistas.
Afirma que não se recorda do episódio envolvendo Alcyr, mas admite que pode ter
conversado sobre renovação de contrato.
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