sexta-feira, 19 de maio de 2017

Pesquisadores vascaínos - Carlos Figueiredo


Equipes da Zona Sul, mais elitistas e preparadas, como Flamengo, Fluminense e Botafogo, aliavam-se aos times pobres só para incentivá-los a derrotarem seus adversários diretos. Os brancos se recusavam a jogar em feriados — esta prática era relegada aos “sem família”. Quando o Vasco tentou disputar a primeira divisão carioca, em 1924, a associação futebolística condicionou sua participação na liga à retirada de doze negros e mulatos de seu time. Era, como descreveu o jornalista Mário Filho, uma campanha pela “arianização do futebol brasileiro”. O Vasco se recusou a cumprir a medida e preferiu competir entre os times pequenos. 

— Foi o primeiro manifesto mundial contra o racismo de uma entidade esportiva — destaca Figueiredo da Silva. — O Vasco era formado por dois grupos excluídos: os mestiços e a colônia lusitana, que buscava afirmação diante da nova elite brasileira. Já o Bangu tinha uma fábrica comandada por ingleses, mas os operários eram mulatos. A partir dos anos 1930, com a profissionalização do futebol, houve uma percepção do talento dos negros e, aos poucos, eles ganharam espaço nos grandes clubes. 

Fonte: O Globo

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